02 maio 2011

Assembleia abre prazo para criação de municípios

* Correção: o nome  escolhido na  última assembléia da comissão de emancipação foi Cordeiro do Maranhão e não Cordeiro da Linha como esta  escrito na  tabela.
A Assembleia Legislativa do Maranhão vai abrir, na próxima quinta-feira (5), o prazo de 30 dias para que comunidades de todo o Estado apresentem requerimentos para criação de municípios. A informação é do presidente da Casa, deputado Arnaldo Melo (PMDB).
O presidente classificou de “equívocos” informações recorrentes na imprensa e nos meios políticos dando conta de que o Poder Legislativo estaria proibido de criar novas cidades. “Criação de municípios é prerrogativa das Assembleias Legislativas. Isso nunca mudou porque está na Constituição. O que aconteceu no passado foi um questionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à criação do município baiano de Luis Eduardo Magalhães. O Supremo decidiu que aquela lei era inconstitucional no aspecto que a Câmara não havia criado a lei que estipula o prazo de criação dessas novas cidades”, declarou.
Segundo Arnaldo Melo, o STF remeteu o assunto para a Câmara definir em 180 dias, o que não foi feito. “A Câmara Federal não fez dizendo que era interferência de um Poder no outro, mas regularizou a criação de Luis Eduardo Magalhães e outros 56 municípios. Se houver algum questionamento, esperamos ter o mesmo tratamento adotado com esses 57 municípios. Por que com o Maranhão seria diferente?”, questionou.
Na semana passada, a Assembleia elaborou a minuta de um projeto de resolução estabelecendo critérios para a criação de cidades que deve ser votada ainda esta semana pelos deputados. O presidente disse que o projeto compila propostas de projetos que tramitam no Congresso Nacional.
Arnaldo Melo afirma que não será permitida a criação de unidades que prejudiquem financeiramente o “município-mãe”, tirando-lhe recursos ou áreas de arrecadação. “Por isso está sendo criada uma comissão técnica, auxiliada por secretarias e órgãos estaduais, no sentido de analisar os critérios econômicos, financeiros e sociais para a criação de novas cidades.
“Nós não vamos criar o filho para matar a mãe. Mas a mãe também tem de compreender que tem um momento que ela deve dividir a fortuna com o filho. O filho já é de maior, já é eleitor, ele pode caminhar, então é justo que ele pegue um pedacinho da fortuna dele para iniciar a sua vida”, comparou Arnaldo Melo.
Reportagem de O Estado publicada no domingo mostrou que já tramitam na Assembleia 83 requerimentos pedindo a criação de municípios.

28 abril 2011

Deputado Luciano Moreira e Arilde Veloso apóiam projeto de emancipação do povoado Cordeiro em Pio XII.

(Pio XII - MA) - O Deputado Federal Luciano Moreira (PMDB) em um contundente discurso na tribuna da Câmara Federal manifestou o seu desejo de ver o Povoado Cordeiro em Pio XII, transformado em município. O parlamentar maranhense e membro de uma comissão especial da Câmara que foi criada para analisar e debater os projetos de emancipação. “Quero aqui colocar o meu gabinete e toda a minha assessoria técnica, como forma de apoio para ver o povoado cordeiro em Pio XII ser transformado em município do estado do Maranhão”, disse Luciano Moreira em seu discurso.
A bioquímica Arilde Veloso, viúva do ex-deputado estadual Pedro Veloso, foi recebida em uma audiência política pelo Deputado Luciano Moreira recentemente em Brasília, Arilde Veloso levou uma pauta de reedificações de melhoria para o município de Pio XII, principalmente melhorias e pavimentação asfáltica nas ruas de Pio XII, como também manifestou apoio ao projeto de pró-emancipação do povoado de Cordeiro.
“O povoado Cordeiro dispõe de boa infraestrutura. É uma região muito produtiva, além da independência política, a emancipação trás para a população uma perspectiva de vida bem melhor” disse a Dra. Arilde Veloso.
Histórico - Desde do ano de 1995, em que foram criados 81 novos municípios no Maranhão que os, processos emancipatórios ficaram suspensos por uma Lei Federal que tirou das assembleias legislativas, o direito de criar novos municípios, somente agora o assunto voltou na pauta política de Brasília. A Nova Lei vai devolver para as assembleias legislativas os projetos de emancipação.
A Drª Arilde Veloso fez um convite ao Deputado Federal Luciano Moreira para uma futura visita na área da região do Cordeiro para melhor conhecer a infraestrutura e seus recursos naturais.
PERFIL DA REGIÃO DO CORDEIRO
TOTAL DE HABITANTES 19.850,00
ÁREA KM2 3.660Km2
ELEITORES 3.442 / 2010
PRINCIPAIS POVOADOS
São José da Mata, Brejinho, Deus Vale, Baiano Novo, Vila da Ponte e outros.

10 abril 2011

Vandalismo organizado impõe clima de tensão em Lago-Açu

LEI DO MEDO
Depois do quebra-quebra na Câmara, integrantes da oposição recebem ameaças de morte e desistem de levar adiante pedido de CPI para investigar irregularidades na gestão Marly Sousa
POR OSWALDO VIVIANI
Município privilegiado pela natureza – especialmente por abrigar o maior lago natural do Maranhão e um dos maiores do Brasil –, Conceição do Lago-Açu (a 312 km de São Luís) tem marcado presença na mídia não pela exuberância e grande potencial pesqueiro de sua riqueza fluvial, e sim pela ação de um vandalismo organizado, cuja responsabilidade, segundo a oposição, recai sobre a prefeita Marly dos Santos Sousa Fernandes (PSL) e o pastor Mateus Pessoa de Carvalho, secretário municipal de Ação Social.
De acordo com o que denunciaram ao Jornal Pequeno o presidente do Sindicato dos Servidores do município, Lenilson Silva Marinho, e o presidente da Câmara de Vereadores, José Alcoforado de Albuquerque Júnior (PTB), a baderna que no dia 18 do mês passado resultou na depredação da Câmara Municipal de Lago-Açu foi idealizada e planejada pela prefeita e pelo pastor Mateus, com o intuito de impedir que os nove vereadores da cidade votassem um pedido de CPI para apurar irregularidades na gestão de Marly Sousa. “Foi uma ação articulada em reuniões dirigidas pela prefeita e pelo pastor”, disse Lenilson Marinho.
O quebra-quebra – praticado, de acordo com o que o JP apurou, por cerca de 200 pessoas trazidas de vários povoados de Lago-Açu – deixou como saldo a completa destruição da Câmara e seis vândalos presos, entre eles um sobrinho e um cunhado da prefeita. Cinco secretários municipais e dois vereadores ligados a Marly Sousa (Alcimar da Rocha Mota, o “Mazinho”, do PSL, e Iran Silva Vale, do PTC) foram apontados pela oposição como incentivadores do vandalismo.
Falando ao JP um dia depois dos acontecimentos, Marly Sousa negou qualquer envolvimento com os tumultos: “Eu nem estava lá, cheguei depois que já havia acontecido tudo. Eu não incentivo ninguém a nada, mas eu não mando na comunidade, que achou por bem tomar essa atitude. Se estivesse lá na hora, teria tentado convencer a comunidade a não fazer aquilo. Jamais vou querer a violência, sou uma pessoa de paz”.
Paz, no entanto, parece ser algo que só conforta a parte da população de quase 14.500 pessoas de Conceição do Lago-Açu que não questiona os atos da prefeita.
Sofrendo até ameaças de morte, os opositores da prefeita desistiram de apresentar o pedido de CPI para investigá-la. “Me mandaram recado dizendo que iriam queimar minha casa comigo e minha família dentro”, disse Lenilson Marinho ao JP.
Depois da sessão violentamente interrompida do dia 18 de março, o presidente da Câmara, José Alcoforado Júnior – também alvo de ameaças de morte – até chegou a remarcar uma outra para o dia 25 de março, mas a cancelou um dia antes, julgando que não haveria a segurança necessária para sua realização – apesar do reforço policial prometido pela Polícia Militar de Bacabal.
Na última sexta-feira (8), finalmente a Câmara de Vereadores de Lago-Açu voltou a ser palco de uma sessão ordinária, mas já sem o “risco” da instalação de uma CPI. Venceu o medo.
A reportagem do JP na Estrada esteve em Conceição do Lago-Açu, no início de março (dias antes do ataque à Câmara), e pôde constatar problemas sérios na infraestrutura da cidade, além do clima de tensão resultante do jeito de administrar truculento e intimidativo adotado pela atual gestão.
Ilustrativo foi o episódio em que o pastor Mateus Pessoa, incomodado com o fato de haver “uma pessoa estranha” fazendo fotos na cidade “sem autorização” – conforme suas próprias palavras –, foi até a Delegacia de Polícia com um grupo de moradores e exigiu de um policial que abordasse o repórter pedindo explicações sobre o trabalho que estava sendo realizado.
A resposta do repórter ao policial foi esta: “É um trabalho a favor da cidadania”. O resultado – que inclui uma denúncia séria de expedição de carteiras de pescador a pessoas (essas sim...) “estranhas” à atividade – pode ser conferido pelo leitor do JP nas próximas páginas.
Saiba MAIS
Conceição do Lago-Açu tornou-se município em 10 de novembro de 1994, por meio da Lei nº 6.199. Foi desmembrado de Vitória do Mearim.
Gentílico: lagoaçuense
População: 14.428 (Censo IBGE de 2010)
Índice de Exclusão Social: 68,34% (mais de 9.800 pessoas; Mapa da Exclusão Social, de José Lemos, 2008)
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); 0,529 (193º posto entre os 217 municípios do MA; 25º município mais pobre)
Total de recursos federais recebidos pelo município em 2010: R$ 15,5 milhões
Total de recursos federais recebidos pelo município em 2011 (jan/fev): R$ 3,18 milhões
Total recebido do FPM em 2011 (jan/fev): R$ 1,2 milhão
Total recebido do Fundeb em 2011 (jan/fev): R$ 1,97 milhão
Prefeita: Marly dos Santos Sousa Fernandes (PSL), 39 anos, pescadora, Ensino Médio completo, natural de São Luís (MA)
Valor dos bens da prefeita declarados à Justiça Eleitoral em 2008: informou não possuir bens
Vice-prefeito: Manoel Melo de Matos (PDT), 50 anos, servidor público estadual, Ensino Médio completo, natural de Vitória do Mearim (MA)
Valor dos bens do vice-prefeito declarados à Justiça Eleitoral em 2008: informou não possuir bens
FontesTesouro Nacional, Portal Transparência da CGU e Tribunal Superior Eleitoral
Todo o esgoto da cidade é depositado no lago
Não há sistema de esgotamento sanitário em Conceição do Lago-Açu. Todo o esgoto da sede é depositado no lago que dá nome ao município e de onde boa parte dos lagoaçuenses tira seu sustento.
Tentou-se até, algum tempo atrás, construir “piscinões”, para onde o esgoto escoaria, embora continuasse sem qualquer tratamento.
As obras que viabilizariam o tal “sistema”, porém, não foram levadas adiante e hoje dois dos “piscinões” estão cobertos pelo mato no centro da cidade.







































“É um crime o que estão fazendo com o lago. Hoje tem uma abundância de camarão e peixes no Lago-Açu, mas com essa quantidade de detritos que é despejada nele todos os dias, logo, logo a natureza vai dar a resposta, negando nosso alimento”, diz Carlos da Conceição, o “Berimbau”, 23 anos, pescador desde os 10 e defensor ferrenho do lago.
Cemar considera ‘energizado’ um povoado ribeirinho que não tem luz
A luz elétrica ainda não chegou a vários povoados de Conceição do Lago-Açu. Um deles é Juçara (a 23 km da sede, à beira do lago), por onde se chega mais rapidamente (cerca de 40 minutos) de barco.
No entanto, apesar das perto de 20 famílias do povoado Juçara viverem ainda sem luz elétrica, o site da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), responsável pela implantação do Programa Luz Para Todos no estado, registra a localidade como “energizada”, em agosto de 2008.
É só consultar o site: http://www.cemar-ma.com.br/plpt/conceicaodolagoacu.htm
Janes Jorge Ribeiro Silva, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Povoado Juçara, disse ao JP na Estrada que há seis anos a comunidade luta para trazer energia elétrica ao lugar. “Teve uma época que estava tudo certo para a energização, e a comunidade até ajudou a cavar mais de 80 buracos para colocar os postes, mas a luz elétrica nunca chegou a Juçara”, contou Janes.
Lago Verde – No povoado Lago Verde – onde também moram 20 famílias –, a luz igualmente ainda não chegou.
Francisco das Chagas Sousa, o “Filó, presidente da Associação dos Moradores do Povoado Lago Verde, informou que já foi feita a demarcação para a colocação dos postes, mas o povoado continua sem energia elétrica.
O JP na Estrada falou por telefone com o coordenador do Programa Luz Para Todos no Maranhão, Luiz Adriel Vieira Neto, e ele afirmou que iria averiguar com a Cemar o motivo de o povoado Juçara constar indevidamente, no site da empresa, como energizado.
O Mercado Municipal de Conceição do Lago-Açu é deteriorado por fora e por dentro. No dia em que a reportagem do JP na Estrada visitou o local, frango e carne de gado estavam expostos em cima nos boxes quebrados, sem nenhum cuidado com a higiene.
Pescadores denunciam fraude e falta de transparência na Colônia Z-41
Até um vereador teria carteira de pescador sem nunca haver exercido a atividade
Contando com um lago de 55 quilômetros quadrados de extensão, nada mais natural que boa parte da população economicamente ativa de Conceição do Lago-Açu se dedique à pesca. O grande lago é generoso: nos meses mais produtivos do ano – agosto a novembro –, dele são extraídas mais de 15 toneladas de pescado (camarão, surubim, pescada branca, curimatá, branquinha, bodó, liro, traíra, piranha, entre outros).
Apesar da luta desigual com os atravessadores, os pescadores lagoaçuenses sempre conseguiram sobreviver com dignidade. No entanto, nos últimos dois anos, os verdadeiros pescadores do município têm se indignado com as suspeitas de uma fraude gigantesca na entrega de carteiras de pescador, por parte da Colônia Z-41 (dirigida por Lindalva Teixeira dos Santos, irmã da prefeita Marly Sousa), a pessoas estranhas à atividade (os chamados “pescadores de aquário”).
“Para nós, que nos orgulhamos de tirar o sustento do lago, é muito ruim saber que tem gente que nunca pescou um peixe exibindo carteira de pescador. Isso nos desprestigia.Tem gente que é agricultor e tem carteira de pescador”, disse ao JP na Estrada Inácio da Conceição dos Santos, 60 – que desde os 10 anos pesca no Lago-Açu.
Assim como Inácio da Conceição, outros pescadores antigos de Lago-Açu também estão revoltados com a farta distribuição de carteiras pela presidente da Colônia Z-41. Dois deles, inclusive, até têm cargos na atual gestão da Colônia – João Batista Moreira dos Santos, 49 (presidente do Conselho Fiscal) e José Ribamar Jardim Borges, 59 (o “Zequinha Macário”, 2º secretário do Conselho Fiscal).
Tanto João Moreira como “Zequinha Macário” garantiram ao JP que o vereador Alcimar da Rocha Mota (o “Mazinho”, do PSL) é um dos “pescadores de aquário” de Conceição do Lago-Açu. “Eu mesmo já vi a carteira dele”, afirmou João Moreira.
A mulher de um fazendeiro, um vaqueiro, a dona de um comércio de material de construção e dezenas de agricultores dos povoados de Olho d’Água, São José do Aterrado e Envira também teriam recebido carteiras da Colônia sem exercerem a atividade de pescador.
“Nem nós, que fazemos parte da diretoria da Colônia, sabemos ao certo quantos pescadores estão cadastrados. Já perguntei isso à presidente Lindalva numa reunião e ela não quis responder. Da mesma forma autoritária, ela se recusa a prestar contas da Colônia e trata mal os pescadores mais antigos. Quando acontece uma reunião na qual a presidente sabe que vai ser questionada, ela convoca dezenas de mulheres nos povoados que nunca foram pescadoras para nos vaiar”, contou “Zequinha Macário”.
A reportagem do JP na Estrada foi até a Colônia Z-41 quando esteve em Lago-Açu, mas a presidente Lindalva dos Santos não foi encontrada no local. Depois disso, por quatro vezes foi tentado contato telefônico com Lindalva, por meio do telefone da Colônia (3375-1047), sem sucesso.
O JP apurou que perto de 3 mil pessoas efetivamente vivem da atividade pesqueira em Conceição do Lago-Açu, mas a Colônia Z-41 tem cadastrados perto de 6 mil pescadores. Há suspeita de uso eleitoreiro da concessão indiscriminada de carteiras.
Emissão de carteiras de pescador foi suspensa em janeiro
No final de janeiro deste ano, a ministra de Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, suspendeu as entregas de carteiras para pescadores em todo o país até o dia 31 de dezembro. Além disso, 13 mil carteiras foram cassadas. A medida tem o objetivo de combater a fraude no seguro-defeso, verba concedida de um salário mínimo por mês, durante 120 dias, a cada pescador durante a piracema, época de reprodução dos peixes em que a pesca não é permitida. Em Lago-Açu, o defeso acontece de 1º de dezembro a 31 de março. Nesse período, os pescadores têm direito de coletar do lago apenas 5 quilos de pescado diariamente. Este ano o seguro-defeso atrasou em Lago-Açu, e só começou a ser pago no início deste mês.
A ministra Ideli Salvatti anunciou um novo cadastramento de pescadores artesanais para que as carteiras de pescador profissional possam voltar a ser concedidas.
Salvatti quer maior controle nos registros e na liberação do Seguro Defeso. A fraude campeia em todo o país e tem ajudado a eleger deputados federais, estaduais e prefeitos.
Com o intuito de coibir irregularidades, a ministra pediu à Controladoria-Geral da União (CGU) o cruzamento dos dados do Seguro Defeso com o cadastro do Programa Bolsa Família.
“É uma operação de saneamento efetivo, um ‘pente fino’ no registro e pagamento de benefícios”, disse Ideli Salvatti.
“Já descobrimos, por exemplo, que na cidade de Salvaterra, no Pará, que tem cerca de 18 mil habitantes, há 11 mil carteirinhas de pescador. É impossível, a não ser que [a população] já nascesse pescando”.
No Maranhão, a Polícia Federal, atendendo determinação da Justiça Federal, investigou a liberação do seguro-defeso e constatou que uma grande parte dos beneficiados não conhece sequer um anzol.
Em menos de três anos, o número de pescadores dobrou no Maranhão, saltando de 45 mil para 90 mil.
Prefeita é acusada de realizar contratos sem licitação, desviar recursos e emitir notas ‘frias’
O Sindicato dos Servidores de Conceição do Lago-Açu entregou, no fim do ano passado, aos Ministérios Públicos Federal e Estadual e à Controladoria-Geral da União um documento contendo um rol de supostas irregularidades cometidas pela prefeita do município, Marly dos Santos Sousa Fernandes (PSL).
No documento, é solicitado aos órgãos mencionados que a prefeita Marly Sousa e o vice-prefeito Manoel Melo de Matos (que também é secretário de Saúde) sejam afastados de seus cargos. Também é apontada como participante dos “esquemas ilícitos” na prefeitura de Lago-Açu a empresária ludovicence Luciene Almeida Cavalcante, dona das empresas H. Machine Comércio e Representações Ltda e LHC Comércio e Representações. Luciene é acusada de formalizar com o Município vários contratos sem licitação.
Veja as principais acusações contra a prefeita:
1. Dispensa irregular dos procedimentos licitatórios;
2. Contratação de empresas “fantasmas” sem capacidade de prestar os serviços indicados nas notas fiscais apresentadas;
3. Pagamento de serviços não desempenhados;
4. Utilização de “notas frias”;
5. Realização de saques sem os correspondentes comprovantes de despesas;
6. Apropriação indébita de valores a serem recolhidos ao INSS;
7. Desvio de recursos da Saúde e da Educação (SUS e Fundeb);
8. Atraso do pagamento dos salários dos professores municipais;
9. Desmatamento da vegetação que protege das erosões o lago que dá nome ao município;
10. Realização de pagamentos de salários apenas a alguns servidores “escolhidos” pela prefeita;
11. Descumprimento do Orçamento do Município e das devidas prestações de contas;
12. Uso de recursos que chegam ao município para pagamento de “agiotas” que emprestaram dinheiro para a campanha eleitoral;
13. Desvio de recursos de Lago-Açu para a cidade de Boa Vista (capital de Roraima), onde parentes da prefeita estariam investindo em casas e terrenos.
Outro lado – Em entrevista por telefone concedida ao JP no mês passado, a prefeita de Marly Sousa negou as acusações e disse ser favorável à instalação da CPI na Câmara para apurar as supostas irregularidades de sua gestão: “Pode apurar tudo. Se tiver irregularidades, eu estou aqui para pagar pelo que fiz”, afirmou Marly.
12 parentes da prefeita estão na folha de Lago- Açu
A administração de Conceição do Lago-Açu abriga ao menos 12 parentes da prefeita Marly Sousa – o marido, três irmãs, um irmão, quatro cunhados, uma cunhada e dois sobrinhos. Veja a relação:
1. Juarez Fernandes (marido da prefeita, secretário de Finanças);
2. Irene de Sousa (irmã, responsável pelo transporte de doentes para Bacabal);
3. Lenir Queiroz Lima (irmã, secretária de Administração);
4. Salustiano dos Santos (irmão, secretário de Esportes);
5. Carliane dos Santos (irmã, Recursos Humanos);
6. Neuma de Sousa (cunhada, faz parte da Comissão de Sindicância);
7. Roberto (cunhado, encarregado do Almoxarifado);
8. “Paca” (cunhado, responsável pelos Transportes);
9. Roberval Faria Mendonça (cunhado, chefe da oficina);
10. Edilson Fernandes (cunhado, secretário adjunto de Obras);
11. Cristiano Sousa (sobrinho, Recursos Humanos);
12. Josinaldo, “Naldinho” (sobrinho, motorista).
No povoado Centrinho, escola funciona em terreiro de umbanda
O povoado Centrinho (a 40 quilômetros da sede) é um dos mais pobres de Conceição do Lago-Açu. Fica vizinho ao povoado Olho d’Água, o maior do município.
A luz elétrica chegou ao Centrinho há menos de um ano. Lá não há posto de saúde – a opção para as 40 famílias que vivem no povoado é o posto de Olho d’Água, distante uns 5 quilômetros. Escola tem, mas funciona precariamente numa casa com teto de palha, onde também são praticados rituais de umbanda em algumas noites da semana.
A dona do “terreiro” e uma das líderes da comunidade é a lavradora Maria Benedita Freire Costa, 55 anos. Ela e seu marido, Gonçalo Costa, 79, também lavrador, foram os primeiros moradores do Centrinho, onde chegaram há 20 anos.
“Não temos nada por aqui, temos muito é sofrimento. Quando passa a campanha política, somos esquecidos”, disse Maria Benedita ao JP na Estrada.
































No povoado – onde nunca apareceu um médico, segundo os moradores –, as crianças são as que mais sofrem com doenças como diarreia e dengue. E são muitas crianças. A gravidez precoce é uma marca do Centrinho.
Antonia Francisca Freire Sousa, 20 anos, já tem cinco filhos. O primeiro deles nasceu quando Antonia tinha 15 anos. Os outros quatro formam uma “escadinha”: 3 anos, 2 anos, 1 ano e 2 meses.
Com 22 anos, a irmã de Antonia, Maria Raimunda Freire Sousa, já é mãe de três filhos, com idades de 5, 3 e 2 anos.
As duas – assim como todos os moradores do Centrinho – sempre viveram em casebres de taipa, com teto de palha e piso de terra batida. A casa de Maria Raimunda pegou fogo há dois meses. Ela e os filhos estão morando provisoriamente, com dona Maria Benedita e o marido Gonçalo.
Quebradeiras – Na estradinha de terra que leva ao Centrinho, é comum ver, pela manhã, quebradeiras de coco babaçu – geralmente com seus filhos – se dirigindo para os cocais com grandes balaios de palha.
A coleta e a quebra do coco babaçu – cuja castanha depois é vendida para os fabricantes de óleo – são as atividades mais comum das mulheres que moram nos povoados de Lago-Açu. Elas ganham de R$ 3 a R$ 5 por dia.
A lenda do surubim-gente
POR OSWALDO VIVIANI
Onde tem pescador tem história fantástica. É assim também com o Lago-Açu (“grande lago”, na língua tupi). A lenda mais difundida sobre o lago é que ele surgiu de uma grande enchente, enviada por Deus para punir a arrogância e a prepotência dos homens e mulheres que habitavam uma rica vila chamada Olinda, que ocupava, segundo a lenda, o lugar onde hoje é o lago.
A vila teria desaparecido sob as águas do Rio Mearim. Desde então, ninguém pode dizer a palavra “Olinda” quando navega no Lago-Açu, pois quando isso é feito, são escutadas vozes, discussões, rumores de festas e risos das pessoas que foram tragadas na grande cheia enviada por Deus.
Esses afogados, diz a lenda, só aparecem aos humanos em forma de surubim, um dos peixes mais abundantes do lago. Por isso, os antigos pescadores do Lago-Açu, crentes na lenda do surubim-gente, nunca matam o surubim com cacetadas na cabeça, como fazem com outros peixes. Se assim o fizerem, acreditam os pescadores, ficarão loucos para o resto da vida.
Essa história, em variadas versões, é contada pelos moradores de Conceição do Lago Açu, em conversas nos finais de tarde, quando quase todos se instalam em cadeiras nas calçadas para olhar o movimento e “prosear” com os vizinhos.
É uma cidade agradável de gente em sua maioria hospitaleira, apesar dos recentes episódios de barbárie, que o visitante logo esquece conhecendo o cais – batizado de “O Pescadão” –, vendo a molecada se divertir mergulhando no rio, e tomando umas “geladas”, atendido pela simpática Regina.
Também é inesquecível o camarão com leite de coco da Iolete, na Rua do Comércio, em frente ao Hotel Maranhão, do “Seu Dico”, bom papo nas tardes e noites típicas do Médio Mearim.
E para quem gosta de se aventurar um pouco mais, é só alugar uma “rabeta” (canoa com um motor quatro tempos na popa) e navegar, em meio ao mururu (vegetação flutuante do lago), até alguma das belas ilhas do município, como São Francisco, Cazumbá e Caga Fogo.
CENAS DE CONCEIÇÃO DO LAGO-AÇU

Assembleia garante apoio a emancipação de povoados

 Até o final do ano, 46 povoados no Maranhão poderão ser promovidos à condição de municípios.


Assembleia garante apoio a emancipação de povoadosSÃO LUÍS - A Assembleia Legislativa vai dar apoio constitucional e político para promover, até o final deste ano, o processo de emancipação política de 46 povoados no Maranhão. O primeiro passo do trabalho já está sendo realizado pelas comissões de Assuntos Municipais, de Assuntos Econômicos e de Constituição e Justiça da Casa.
Foi o que garantiu nesta segunda-feira, 28, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB), após reunião, no auditório Fernando Falcão da Casa, com cerca de 500 pessoas de diferentes pontos do Maranhão, lideradas pelo presidente do Movimento Maranhense em Defesa dos Novos Municípios, Augusto César Serejo.
Para Arnaldo, o próximo passo será sair da Assembleia e buscar condições políticas. “Precisamos do apoio político do governo do Estado, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), do Congresso Nacional e da Câmara Federal. Não podemos fazer nada à revelia de Brasília, afirmou.
Melo foi o autor dos projetos de emancipação política dos prósperos municípios de Sucupira do Riachão, Lagoa do Mato e Jatobá. Segundo ele, a medida da Assembleia foi duramente criticada por alguns setores da sociedade brasileira, que classificaram o processo como “farra das emancipações de povoados”.
“Não vou medir esforços e colocar toda a estrutura do Legislativo Estadual para garantir as novas emancipações. Mas, prometo acompanhar o processo, passo a passo. A ideia é banir o domínio de grupos políticos viciados e processos de corrupção nos novos municípios emancipados”, disse Arnaldo.
O presidente da Assembleia observa que se o processo de emancipação dos povoados maranhenses não for concluído até o final do ano, pode ficar inviabilizado para 2012. “O processo é longo e demorado. Além do mais, a legislação não permite emancipar povoados durante o ano das eleições”, observa.
Apoio em Brasília
O presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia, deputado André Fufuca (PSDB), lembrou que o trabalho pela emancipação dos povoados começou nas reuniões dos deputados Hélio Soares (PP), Rigo Teles (PV), Carlinhos Florêncio (PHS) e Vianey Bringel (PMDB), com o presidente da Câmara Federal, deputado Marcos Maia (PT/RS), e com o presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP).
Fufuca informa que tanto Sarney, quanto Maia prometeram lutar nas duas casas legislativas, para promover emancipação política de povoados em todo o Brasil. A expectativa é que seja elaborada uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), devolvendo às Assembleias legislativas a prerrogativa de legislar sobre emancipação de povoados.
O parlamentar sugeriu que para debater a emancipação dos povoados com o Movimento Maranhense em Defesa dos Novos Municípios, a Assembleia deve realizar uma audiência pública. Devem participar membros do governo do Estado, da Câmara Federal, do Poder Judiciário e de outras esferas de poder envolvidas com a questão.
Problemas Estruturais
Para o presidente do movimento em defesa dos novos municípios, Augusto César Serejo, a recepção da Assembleia Legislativa a todos os componentes da caravana foi uma demonstração que o legislativo está interessado em resolver os problemas estruturais, que massacram milhares de pessoas nos povoados que pleiteiam a emancipação.
Segundo Augusto César Serejo, os 46 povoados sofrem com inúmeros problemas, como a falta de estradas, de escolas, de saneamento básico e, principalmente, pela ausência de postos de saúde. “Pessoas estão morrendo porque o atendimento só pode ser feito nas distantes sedes dos municípios”, revela.
Augusto César informou que Estado do Pará está emancipando municípios por meio de decretos, com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele garantiu que foi convidado a participar de solenidade, no próximo mês, onde o governador do Pará e o presidente da Assembleia Legislativa paraense vão anunciar a emancipação de povoados.
Na opinião de Augusto César, o documento assinado por todos os 42 deputados maranhenses e entregue ao presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB/AP)- pedindo a devolução ás Assembleias da prerrogativa de legislar sobre as emancipações - é uma demonstração que a emancipação dos povoados será unanimidade na Assembleia do Maranhão.
A reunião foi uma iniciativa do deputado Zé Carlos da Caixa (PT). Também participaram os deputados Carlinhos Florêncio (PHS), Raimundo Louro (PR), Rogério Cafeteira (PMN), Rubens Pereira Júnior (PT do B), Edson Araújo (PSL), Hemetério Weba (PV), Eduardo Braide (PMN), Neto Evangelista (PSDB), Edilásio Júnior (PV) e as deputadas Cleide Coutinho (PSDB) e Vianey Bringel (PMDB).
Povoados
Pleiteiam emancipação política os seguintes povoados maranhenses: São Simão do Maranhão (Rosário); Moisés Reis (Codó); Brejinho dos Cocais (Caxias); Faisca (Santa Luzia do Tide), Ebenézia (Zé Doca); Jacaré do Maranhão (Penalva); Palmares do Maranhão (Itapecuru-Mirim); Santo Onofre (Santa Luzia do Tide); Ipu-Tuí (Tuntum); Ipiranga (Barra do Corda); Nova Conquista (Zé Doca), Juçaral Mirim (Vitorino Freire); Roberto Leite (Itapecuru-Mirim); II Núcleo (Buciticupu); Santa Vitória (Barra do Corda); Porto Santos (Turiaçu); Nazaré do Bruno (Caxias); Cajazeiras (Codó); Novo Caru (Bom Jardim); Baixão Grande (São Domingos); Aurilândia (Alto Alegre do Pindaré); São José das Varas (Barreirinhas); Vila Pindaré (Buriticupu); Barro Duro (Tutoia); Alto Brasil (Grajaú); Quadro (Zé Doca); Nova Jardim (Bom Jardim); Queimadas (Bom Jardim); Nova Bacabal (Açailândia); Itaqui Bacanga (São Luís); Lagoa Comprida (Arame); Calumbi (Presidente Dutra); Belém do Maranhão (Tuntum); Cordeiro do Maranhão (Pio XII); Coque (Vitória do Mearim); Palestina (Brejo); Três Lagos (Lago da Pedra); Maracanã (São Luís); Paiol do Centro (Parnarama), Mundo Novo (Amarante); Batavo (Balsas); Ibipira (Miador) e Castelo (Monção).
Com as informações da Ascom/Assembleia Legislativa

Prorrogadas inscrições do concurso do TJMA


Prédio do TJMA

O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) divulgou edital de retificação prorrogando as inscrições e alterando as datas da realização das provas do concurso público para servidores do Poder Judiciário, no qual estão sendo oferecidas 58 vagas para cargos efetivos e preenchimento de cadastro de reserva para os níveis fundamental, médio e superior. Com a alteração, as inscrições poderão efetuadas até o dia 25 de abril. A prova objetiva será aplicada no dia 29 de maio.

A prorrogação das inscrições ocorreu em função do edital do concurso da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) que, publicado em data posterior ao do TJMA, marcou para o dia 15 de maio a realização da primeira prova, coincidindo com a data da aplicação da prova objetiva do Tribunal.
Além da separação de datas de prova – que vai permitir o melhor fluxo logístico na sua aplicação – a medida evita a acumulação de eventos de grande porte em uma mesma data, possibilitando aos que buscam uma oportunidade de trabalho a participação nos dois concursos.

As inscrições para o concurso do TJMA continuam sendo feitas no site www.servidor.tjma.ieses.org, no valor de R$ 75,00 para cargos de nível superior, R$ 60,00 para nível médio e R$ 45,00 para nível fundamental.

Conforme o novo Edital, 25 de abril é a data limite para os pedidos de corrência às vagas reservadas à pessoas portadoras de deficiência e para solicitação de condições especiais de prova.

VAGAS - Para cargos de nível superior (analista judiciário) estão reservadas 55 vagas, sendo 50 para candidatos com formação em Direito e cinco em Psicologia. Para os candidatos de nível médio estão sendo oferecidas três vagas para o cargo de Comissário de Justiça da Infância e Juventude.

O concurso – cujas provas serão aplicadas nos municípios de São Luís, Caxias e Imperatriz, pelo Instituto de Estudos Superiores do Extremo Sul – será realizado com a aplicação de provas objetiva, discursiva, de digitação e de títulos, em que serão avaliados os conhecimentos e/ou habilidades dos candidatos sobre as matérias relacionadas a cada cargo.

Antonio Carlos
Assessoria de Comunicação do TJMA
secomtj@tjma.jus.br
(98) – 2106-9023/9024

Jaime Ferreira e Raimundo Melo representam contra Nelma Sarney no CNJ

Os desembargadores Jaime Ferreira e Raimundo Melo representaram contra a desembargadora Nelma Sarney (foto) no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O pedido de providências nº 1381-87 requer a apuração de ato da desembargadora quando relatou o Mandado de Segurança nº 0008954-70.2009.8.10.0000.
Em sua decisão no Mandado de Segurança, Nelma Sarney determinou nova correção da prova da candidata ao concurso de admissão à carreira da magistratura estadual Sheila Silva Cunha.
Os desembargadores Jaime Ferreira e Raimundo Melo alegam que a candidata não obteve nota suficiente para aprovação, mesmo após o pedido de revisão, e que, por ordem de Nelma Sarney, nova revisão (a terceira) foi feita por intermédio de consulta a apenas um integrante da banca revisora.
De acordo com Jaime Ferreira e Raimundo Melo essa última revisão feriu as regras do Edital do concurso e promoveu tratamento desigual entre os concorrentes.
Os dois desembargadores requereram, liminarmente ao CNJ que a candidata Sheila Silva Cunha não fosse incluída na lista dos aprovados do concurso público para o cargo de Juiz de Direito e fosse suspensa a eventual nomeação ao referido cargo.
O conselheiro Paulo de Tarso Tamburini negou o pedido liminar, “pois a questão está sub judice e, segundo diversos precedentes desta Casa, não poderia ser objeto de intervenção deste Conselho”.
Na semana passada, o conselheiro Paulo de Tarso Tamburini deferiu o pedido de ingresso de Sheila Silva Cunha na qualidade de terceira interessada.
O conselheiro também decidiu que diante das irregularidades narradas pelos desembargadores Jaime Ferreira e Raimundo Melo, e que “especialmente considerando que, em tese, poderiam acarretar violação de deveres disciplinares, ouça-se o Tribunal de Justiça do Maranhão”. O TJ-MA tem em 15 (quinze) dias para responder ao CNJ.